Crença ou Conhecimento?



Artigo de Amilcar Del Chiaro Filho

O Espiritismo não é uma questão de crença, mais de conhecimento, por isso, Allan Kardec afirmou que: em matéria de Espiritismo, antes de crer, é preciso compreender. Portanto, o Espiritismo não é proselitista, no sentido de angariar adeptos a qualquer custo. O Espiritismo não
pede para ninguém abandonar as suas crenças para segui-lo.As pessoas procuram o Espiritismo por diversas razões, contudo, a maioria o procura nas fases de dores físicas ou morais, quase sempre em busca de uma solução ou de uma cura. Destes, muitos alcançam o objetivo e se afastam, até que uma nova crise venha surpreendê-los. Outros continuam freqüentando o centro para receber passes, sem se aprofundar, nem que seja por alguns centímetros, no cerne da Doutrina. Um menor
número se aprofunda no estudo e no conhecimento, e alguns passam a ser trabalhadores espíritas.Não é fácil se tornar espírita convicto, especialmente depois de ter passados por igrejas e religiões, porque o sedimento dessas crenças é difícil de ser retirado, e o novo adepto começa a sentir falta dos seus dogmas, dos seus ritos litúrgicos, dos hinos, das estampas de seus santos e começam a questionar, e não raro, ter o seu modo particular de fazer espiritismo.Não estamos condenando esses procedimentos, pois conhecemos pessoas maravilhosas, honestas, dedicadas ao próximo, médiuns sensíveis que em seus grupos espíritas adaptaram as velhas crenças às novas, fazendo uma amálgama filosófica-religiosa.As vezes essas coisas acontecem até mesmo nas instâncias mais altas, porque ainda encontramos o culto de personagens, até com estampas de suas figuras, como do Dr. Bezerra de Meneses, Meimei, Maria, mãe de Jesus. Alguns centros adotaram hinários, outros, uniformes ou aventais. Há Também a criação de fraternidades com graus iniciáticos, o culto a um Jesus de olhar lânguido, com o coração fora do peito, ou as marcas dos cravos nas mãos e pés, tipicamente dos altares católicos.Reiteramos que o nosso intuito não é o de criticar, mas apenas mostrar como é difícil libertar-nos dos condicionamentos adquiridos em religiões que nos embalaram
anteriormente. Aparentemente não há nenhum mal nessas misturas, entretanto ela nos afasta da libertação dos condicionamentos que estreitam a nossa visão doutrinária.
(Artigo reproduzido com a autorização do autor)